4 de fev. de 2008

O Olhos

Portal à alma
são os olhos.
Eles, e só eles,
os olhos.

Quando a alma quer,
seus olhos me tem.
Cálidos feito fogo,
teus olhos me congelam.

Sujeito a eles,
me encontro a todo instante.
Teus olhos me fazem tão bem.

Quando a alma teme,
os olhos confusos,
deslizam pelo cenário, em fuga.

Os olhos fogem da vista.
Se fecham, protegem a alma,
esta, que não quer transparecer.

Mas bem se entendem,
quando vêem que os entendo.
Teus olhos se rendem,
e a alma sorri.

Quando a alma sofre,
ferve dada à dor.
fervida transborda,
transborda pelos olhos.

Quando tocada, se exalta.
Se perde em si, nos sentimentos.
Não quer o corpo, quer só o céu,
e escorre pelos olhos.

Pelos olhos, e só pelos olhos.
Onde alma e o mundo se vêem.

Meus olhos nos seus.
Minh'alma na tua,
e, de repente,
somos um só.

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