21 de dez. de 2011

Abelardo e Heloisa

“Eu estou distante da tua pessoa com a intenção de evitá-la como a um inimigo; mas ainda  incessantemente te procuro em minha mente. Lembro-me da  tua imagem em minha memória e inquietantemente me traio e contradigo. Eu te odeio! Eu te amo! A vergonha me pressiona por todos os lados. Vês a confusão na qual me converti, como me culpo e como sofro. ” 


Carta de Abelardo a Heloísa.


“Em meio à quietude da noite, quando meu coração deveria estar tranquilo no sono que suspende as maiores preocupações, eu não consigo evitar a ilusão do meu coração. Eu sonho que ainda estou contigo, meu querido Abelardo. Eu o vejo, falo contigo ouço tuas respostas. (…) Até mesmo em frente ao santo altar eu carrego comigo a memória do nosso amor, e longe de me lamentar por ter sido seduzida pelos prazeres, eu sinto por havê-los perdido.
Eu me lembro (pois o esquecimento é nada para os amantes) o tempo e o lugar onde declaraste tua paixão e juraste que me amaria até a morte. Tuas palavras, teus juramentos, estão gravados profundamente em meu coração. Meu discurso balbuciante  trai toda a desordem reinante em minha mente; meus sussurros acabam por  revelar-me e o teu nome está sempre em meus lábios. (…) Eu mereço mil vezes mais compaixão do que tu, pois ainda tenho mil paixões contra as quais lutar. Eu preciso resistir àquele fogo que o amor instiga nos corações jovens. Nosso sexo (o feminino) não é nada além de fraqueza e tenho grande dificuldade em me defender pois  me agrada esse inimigo que me ataca;”
 (Carta de Heloísa para Abelardo)

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