17 de jan. de 2013

Completa de vazios


“Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas.” 

(Manoel de Barros)

2 comentários:

Unknown disse...

Querida Claudia

O tempo que passei sem te visitar e a outros amigos também, deveu-se à enfermidade de minha mãe e , posteriormente, ao falecimento dela. Agora estou retomando minha rotina. Adoro visitar seu blog e ler os textos maravilhosos que aqui são deixados por você. Obrigada.
Um abraço

Claudia Regina disse...

Olá Vera Lúcia
Aceite meus sinceros sentimentos, pois a pouco perdi meu pai, e sei da dor de se perder alguém tão próximo e importante. Nessa hora não palavras que consolam, apenas o tempo amenizará o sofrimento, mas a ausência e a saudade serão para sempre. Seja muito bem vinda, senti falta de suas visitas e comentários.
Abraço
Cláudia