13 de jun. de 2008

"Que o amor não mais me pese,
que não me acorrente,
nem me traga amarras mesmo que de cetim.
Que não me amiúde, não me escravize,
não me ponha cabresto ou arreio e que
também não venha por pena de mim.
Que o amor me chegue manso como um cachorro ferido e
se aconchegue aos meus pés numa réstia de sol e me lamba as mãos
como se reconhecesse seu dono.
Que venha decidido a ficar para sempre,
mesmo que logo ali mude de idéia,
que me deixe na boca sempre um gosto de véspera de estréia,
um inaugurar de outono.
Que o amor de mim se aperceba e me escolha,
que me veja entre as multidões
e aos seus olhos eu seja diferente
e depois me queira e me proponha:
me ama simplesmente."


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