28 de jan. de 2012

Tudo é paixão


Assim me perguntaste,
assim te respondi:
tudo é paixão.

Como não lamber
da tua pele, o mel
que o desejo fabrica?

E como a minha boca
não recolher o néctar
da tua boca?

Ou como não sorver
das tuas mãos o pólen
da ternura?

E se, em vez de paixão,
for sexo apenas,
ou loucura?

Pode até não ser amor.
Mas, seja o que for,
não é pior.

Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'

Um comentário:

Vera Serra disse...

Lindo poema de Joaquim Pessoa! Aliás, tudo o que você coloca aqui é maravilhoso, a começar por Johnny Deep... Um abraço